Quando saí da nossa casa, beijei a parede do corredor, a porta da cozinha, em sinal de respeito, por tudo o que houve ali, em sinal de despedida porque nunca mais, nunca mais.
Eu fiquei depois, com a lembrança dos filhos que nao nasceram, com os restos de viagens, com teus sorrisos perdidos nas caixas de fotos, sem mais amor, ou ódio.
Aí...
Aí vc morreu. E tudo ficou ali, onde estava, sem eu ter tempo pra novamente mais um amor, mais um ódio, e a tua voz morreu, aos poucos, deixando um vazio sempre que via aquele filme, ou que passava naquela rua. Em alguns dias, sempre que respirava. Com aquela sensação de nunca mais feliz...
Então, uma paz estranhamente tomou conta de mim, porque finalmente, pra sempre, eu tinha me livrado de você, das tuas garras, das tuas incertezas, me livrado até dos cantos, que mesmo na minha nova casa tinham teu cheiro, mesmo que você nunca tivesse estado lá.
E vc saiu da minha pele.
Semana passada descobri que na verdade vc jamais esteve ali, na minha pele.
E fiquei feliz.
Fiquei feliz porque nunca mais de você, é sempre mais de mim.
15 comentários:
"Nunca mais de você, é sempre mais de mim."
Porque não fui eu que escrevi isso???
:(:(
Vou divulgar, ok?
:*
Incrivel como vc soube descrever o ue eu sinto...ou melhor o que as pessoas sentem quando precisam esquecer e parece impossivel!Parabénss vc escreve mto bem!!
texto fudêncio!
"Nunca mais de você, é sempre mais de mim." - Também adorei isso.
VC diz que nunca falo nada pra vc. Mas meu silencio nao diz despreso e sim admiracao. Suas palavra me deixam sem elas pra expressar qualidades a vc, tanto que escrevo confuso o que veria ser parabens
Vingador
Minha querida Indira,
Há algum tempo acompanho,no mesmo ritmo da sua escrita, os seus textículos, as suas indecências, etc., enfim, esse imenso alfarrábio, no bom sentido, claro, que vem se tornando o seu DIZDIZENDO. Em alguns momentos, faço questão de espiar os comentários para me certificar do impacto causado pelos seus textos. Mas, no geral, a própria escrita se autocomenta. Posso lhe dizer que os seus textos expressam todas as coisas boas que ouvi sobre você. E apesar de não ter nenhuma proximadade lhe admiro cada dia mais... É preciso muita autenticidade para escrever dessa forma.
Potyra, que lindo!!!
Larga essa vida, vai publicar isso tudo!
Parabéns!
Oi Potyra,
triste... mas lindo.
Sempre te leio, seja mais assídua...
Beijo,
Fabrício
Lindo e comovente.
Obrigado por publicá-lo.
Hehe, Indira.
Potyra Indira?
A ruptura é revoltante, e pontuada por momentos.
Esperamos aqui você escrever, com toda essa sua sensibilidade, da nova ruptura ppor que está passando hoje.
Bj
Tá, e vai explicar como conseguiu ou não? Pago bem pela receita. Ou pelo macumbeiro.
É realmente belo, profundo e diz o que queremos dizer. Potyra é minha filha, é regada a mel e sangue; a lágrimas e muita risada sobre a vida. É só uma menina de olhos obliquos como Capitu), distribuindo palavras que estruturam e desustruturam os mais desavisados. escreve como poucos...
minha adoravel Pópó
lindo!!!!
espero não precisar dele, pois quando precisava vc ainda não o tinha parido, nuncaaaaaaaaaaaaaaaa
amo vc
Adoro a Poty!!
fico imaginando as situações que motivam e alimentam seus textos. Nesse, imaginei as portas da cozinha e do corredor, dos sorrisos de uma boca imensa nas fotos, até do cheiro que sentia (apesar de achar que o cheiro que ela se refere não seja dos mais agradáveis). Estranhamente uma felicidade súbita tomou conta de mim ao final do seu texto Poty, talvez a mesma que tenha tomado conta de você.
Bjs tenho saudades.
Sem notícias, sem posts e ainda por cima sem Saramago nos próximos anos: pensando em organizar um protesto.
Felicidades...
Lindo....
Perfeito em detalhes e faz com que se imagine cada um destes momentos!
Dá até pra identificar com tudo o que foi dito!
Parabéns!
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